A colonização de Nova Petrópolis iniciou em 7 de setembro de 1858 principalmente por imigrantes alemães provindos do “Hunsrück” no Reno (pomeranos, saxões, westfalianos, prussianos e bávaros) e do Império Austro Húngaro (boêmios), sendo que cada família recebeu aproximadamente 50 hectares dos 35 mil hectares demarcados para serem distribuídos ao longo de “Linhas” ou “Picadas”.
Já na própria fundação a cidade apresentava uma planta do traçado das ruas, praça e prédios futuros. Fato nada comum para época, onde as cidades se formavam de agrupamentos de casas. Além da colonização alemã o município recebeu imigrantes italianos da região do Vêneto, holandeses, franceses e belgas. Estes imigrantes na maioria eram artesãos, mas vieram para viver do trabalho da terra, gerando uma situação estranha, pois a comunidade agrícola tinha raízes urbanas.
A origem comum e as dificuldades favoreceram o surgimento de inúmeras sociedades, sendo principalmente de canto, dança e tiro. A origem particular dos imigrantes e a distância de centros mais desenvolvidos contribuíram para que a população conservasse suas tradições até os dias de hoje em festas como o Kerb, Bailes do Tiro Rei e Bolão e o Festival do Folclore.
A falta de escolas obrigou os imigrantes a criarem sua própria estrutura educacional, onde o ensino era ministrado por pessoas escolhidas pelos colonos e em língua alemã. Destes movimentos comunitários surgiram escolas como a Escola Cenecista Frederico Michaelsen e a Escola Cenecista Bom Pastor, ambas ainda em funcionamento.
Além da influência germânica podemos encontrar a influência dos tropeiros que atravessavam a colônia com seu gado com destino aos Campos de Cima da Serra. Incorporando à de Nova Petrópolis o seu churrasco e o chimarrão, além da cultura italiana da qual herdamos vários pratos típicos.
O nome “Nova Petrópolis” se deve a analogia feita por D. Pedro II (Nova Cidade de Pedro) a cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro que alcançou sua emancipação política em 28 de fevereiro de1955.
Durante o século XIX as estradas “Presidente Lucena” e “São Sebastião do Caí”, e em 1940 a BR 116 (Getúlio Vargas) e a RS 235 contribuíram para o desenvolvimento da região.
Estabelecidas as grandes metas para o desenvolvimento do município, as bases agrícolas receberam grande infra-estrutura, destacando a implantação da Cooperativa Agropecuária Piá, onde os agricultores receberam incentivos para a modernização. O desenvolvimento industrial intensificou o desenvolvimento de indústrias, favorecendo assim a vinda de imigrantes de toda parte do Estado, de Santa Catarina e Paraná.
Com o resgate das origens históricas, houve um grande incremento na vida cultural da cidade, especialmente no folclore. Desenvolvendo, assim, o turismo cultural que colaborou com a expansão da economia através de malharias, artesanatos, hotéis, restaurantes e cafés coloniais.
Texto da Professora e Bacharel em Turismo, Eloísa Kny.
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